quinta-feira, 19 de maio de 2011

PÂNICO E DEPRESSÃO(o Tempo em que estive fora daqui)





Olá Amigos e Pessoas Queridas!
Se lembram do penúltimo post, falei de algo que me deixava angustiada e com impressão de que tudo tinha cabado ali, naquele momento. Bem... No dia 31, fiquei pior, comecei a chorar do nada, não queria ir à festa, não queria ver pessoas. Até que o namorado foi com um Maracugina( que tomei quase o vidro inteiro) e só ai eu sosseguei.
Ouvindo as pessoas falarem que isto era normal e que ia passar, deixei passar mais um tempo. As férias corriam e a angustia continuava. Vontade de ficar em casa, na cama, sem precisar fazer nada. Se possível, dormir até sempre, até virar um pozinho bem fininho e desaparecer no lençol...
A Alice estava passando as férias na casa da vó. O namorado ainda estava trabalhando. E eu? Eu dormia. Não levantava, não tomava banho, não comia. Isso só acontecia bem de noite, pra não ouvir reclamações do namorado, que a um ano morava comigo. De vez em quando minha avó (com alzhaimer não diagnosticado), de 76 anos batia na porta do meu quarto-casa e perguntava que dia era aquele.
Às vezes, nem eu sabia.
Minhas férias acabaram e voltei a trabalhar em um galpão enorme, de 300m² bem perto da Av. Paulista mas de onde não se ouvia nem o canto dos pássaros. Eu me sentia só. Veio novamente os sintomas: Dor de barriga, choro por razão nenhuma e um medo muito grande de que alguma coisa fosse acontecer. Sentimento de Game Over.
Pensei em morrer. Porém uma dúvida ocorreu: Se eu morrer, quem vai cuidar da Alice? Quem vai fazer por ela o que eu faço? Quem é totalmente responsável por ela além de mim?
(...)
Decidi por esses motivos procurar ajuda.
 "Procure um psicólogo!";
" Vá à igreja!";
 "Vá ao Centro de Umbanda!" 
Decidi procurar um médico clínico geral. Pelo menos ele poderia dizer se os sintomas tinham uma conexão.
E como não podia ser diferente, contando para ele todas as sensações ruins que sentia nos últimos meses, , responder um monte de perguntas, ele me encaminhou ao Psiquiatra. Me assustei quando ele me explicou que eu precisaria tomar remédios por causa de "um stress" muito grande.
Bem, fui ao psiquiatra, tornei a contar tudo e ele confirmou. Eu precisaria fazer um tratamento para Síndrome do Pânico e Depressão. O tratamento consistia em tomar anti-depressivos, calmantes e começar a fazer sessões de terapia.


Por hj cansei de falar disso.
Mas adianto que estou bem melhor. E que a decisão de procurar um médico foi a mais acertada.
Com isso, muita coisa mudou em minha vida, em minha cabeça.
Mas essas outras coisas vou deixar para outro dia. Que eu estiver com uma disposição igual a esta.
Obrigada por me "ouvirem".




6 comentários:

  1. Bem Dani, espero que esteja realmente melhor. Sei bem o que é isso...
    Dos meus três filhos, dois estão com essa síndrome, meu filho do meio e a minha filha caçula.
    Em certo momento, meu filho chegou ao extremo, inclusive mencionando não desejar mais viver. Quanto a minha filha, esta adquiriu pânico da multidão e acabou por alterar o meu dia a dia também, pois esteja eu onde estiver, tenho que parar o que estiver fazendo para levá-la e buscá-la de carro no trabalho, todos os dias. Ela deixou de ir a shoppings e se afastou da igreja que freqüentava antes. Para ela, transportes urbanos, nem pensar...
    Eles se isolaram do mundo e ficam em casa a maior parte do tempo quando não estão trabalhando, e preferencialmente dormindo.
    Meu filho segue um tratamento há 2 anos e a minha filha, há 6 meses.
    Isso é horrível e não vejo a hora de tudo passar.
    Desejo boa recuperação para você e que tenha sempre forças para lutar contra esse mal.
    Beijos para sua família.

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  2. OI Alexandre!
    realmente é muito ruim e por mais que falem, só quem passa por isso é que sabe o quanto realmente é forte a coisa. às vezes, pensamos que ela é mais forte que nós mesmos, dá vontade de se deixar ir de uma vez.
    É MEGA importante o acompanhamento dos parentes mais próximos, mais ainda se houver entendimento, como é o seu caso.
    Eu me separei do meu namorado. Ele não entende o que está acontecendo e preferiu não se envolver. Imagino que isso assusta muita gente. Também tive crises enquanto pegava o metro, na hora do rush e comecei a evitar isso. Resultado: Minha filha começou a perder as primeiras aulas, e à noite, eu chegava tão tarde que nem dava tempo de cozinhar.
    Mas estou lutando contra isso. Estou tomando os remédios, mas é bem complicado o dia-a-dia sozinha, única responsavél por minha filha. É por ela que decidi não deixar a peteca cair.
    Obrigada pelo comentário.É sempre bom ouvir as experiências das pessoas e saber que não estamos sozinhos, como pensamos.
    Um grande abraço pra todos aí.
    E parabéns pelo seu apoio tão de perto com seus filhos. Sei que as pessoas mais proximas também sofrem, mas continua firme aí!
    Tudo vai passar.
    Como disse meu psiquiatra:"Ninguém morre de pânico." rs =)

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  3. ô Dani tive os mesmíssimos sintomas, tirei até30 dias de atestado, foi bem sofrido mesmo te entendo nesse ponto. Estou tomando vitaminas, remedios e as vezes ainda me sinto bem mal graças à Deus que tenho minha ma~e pra entender esse problema, meu amor q me apóia mas é realmente algo muito ruim, fora de controle, mas te tratamento...vamos lá õ/
    Força! Melhoras...

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  4. PS: sorte Alexandre por ela ter alguém porque eu tinha que voltar sozinha pra casa de ônibus super nervosa e tudo mais.. isso só piorou, agora estou melhor. UFA!

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  5. Sim Allice... Obrigado.
    Meu medo é que minha filha se acomode (como demonstra) e não lute para superar.
    Acho que você está superando - pelo que entendi - e isso se deve a necessidade de seguir sua rotina praticamente sozinha e sem outras alternativas.
    Não sei se estou certo, mas acredito que essa superação tem que vir de dentro da própria pessoa enferma, sei lá!
    Mas vamos torcer que os meus filhos, você e a Dani se recuperem logo, sozinhas ou assistidas, mas que superem com bastante brevidade esse mal.
    Boa sorte e muita saúde!

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  6. Oi, Dani. Você não me conhece, não, nem virtualmente. Cheguei a seu blog por acaso, saí lendo (e gostando) e cá estou, deixando um comentário. O blog é aberto, né?
    Achei muito bom especialmente esta postagem. Tudo autobiográfico.
    O encaminhamento ao psiquiatra deve ter-lhe feito sentir certas coisas (psiquiatra, eu?), mas você corajosamente 'encarou', que afinal era ajuda profissional, e sicnceramente relatou no blog, sem nada omitir de relevante.
    Tenho um filho de 23 anos, que está em tratamento com um psiquiatra. Vem tomando uns remédios e coisa e tal. Pelo tempo e pelo bem que o conheço, acho-o totalmente normal, nada em seu comportamento sugere que ele fosse caso psiquiátrico. Leigo sempre pensa que psiquiatra é pra louco. Mas e aí, como é que fica? Quem é louco, afinal? Quem é normal?
    Tudo de bom, parabéns pelo blog.

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