sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Eu e muitas outras...

Gustav Klimt
Ultimamente tenho a impressão de ter mais de uma Dani aqui dentro de mim.
Elas não param de falar um minuto sequer em minha cabeça. Antigamente eu achava que éramos duas. Uma mãe e mulher, a outra Mulher e mulher. Uma tranquila, a outra baladeira. Uma do mundo, a outra de casa...
Mas agora... Agora tem umas quatro eu acho.Ou mais. Tem uma que é Mãe. A outra que é Louca. Uma que é Pervertida. Outra que é Noiva. Outra que não tá nem aí. Uma que quer desenhar. Outra que quer cozinhar. Outra que quer alguém que faça pra ela. Uma que quer ter mais filhos, outra que queria ser sozinha neste mundo. Uma que quer uma casa sua. Outra que quer sair viajando pelo mundo.
Aqui dentro tá a maior guerra.
Apesar dessas todas viverem falando em minha cabeça (não param um segundo sequer), tem uma que está me dando a maior dor de cabeça.
É uma da qual eu nem quero saber. Mas ela me irrita. Ela fala, eu finjo que não escuto. Aí ela berra. Eu tapo os ouvidos para não ouvir e é pior: A ouço dentro de mim. Essa uma é inoportuna e incrivelmente chata. Aparece sempre que me sinto calma, tranquila. Ela chega sorrateira e toma conta de mim e suspira em meu ouvido: "Você não é feliz." "Não há nada que você faça pra isso. Você nunca vai ser feliz."
Ultimamente tenho discutido bastante com ela. Mas sempre acabo perdendo. Sempre termino chorando.
Me sinto fraca, precisando de colo.
Comecei esse texto segura, bem e ela veio me fazer companhia.
Termino esse texto com ela. A Angústia venceu de novo.



3 comentários:

  1. Perguntinha básica: desde quando minoria vence alguma coisa?
    Se o "jogo"for entregue, pode ser, né? Mas, aí a situação é uma farsa e de nada vale.
    Vale para você?
    Fique por perto, mas feliz!
    Tchau
    Joni

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  2. Vai escrever tanto sobre ela que a deixará acanhada e sem expectativas para dominar. Vencerá essa luta no final. Ela, quem sairá perdendo, se afastará da complexidade do padrão da vida, péssimo para quem vive por trás, nas sombras.
    Você sabe bem disso...
    Ela não suportará ser argumentos sólidos para uma escritora (ela não é sólida), não aceitará ser protagonista incomum ao seu "Eu", e no final, ser ridicularizada por seus atos descritos em textos.
    Ela "pedirá pra sair", tenha certeza...
    Beijos.

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  3. Não. O jogo "ainda" não está entregue Joni. E espero muito, de verdade, que vc esteja certo, Alexandre.

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Parla criança!