terça-feira, 25 de outubro de 2011

Muito tempo depois...

Olá pessoas!

Voltei pra dizer que estou um pouco melhor. Desde maio venho mudando muitas coisas em minha vida por causa dessa coisa horrível que é a angústia que sinto dentro do peito. Na ânsia de acabar com isso, me desfiz de um noivado, de um trabalho, de muitas pessoas, de muito tempo ocioso e quase desfiz de mim mesma. Sei que vocês agora devem estar pensando que sou muito egoísta por pensar nessa hipótese, mas era a única coisa que me parecia mais viável naquele momento. Eu não servia pra nada. Então era melhor que eu não existisse.
Porém, uma coisa dentro de mim me avisou que aquilo seria uma burrice e que só traria mais problemas para as pessoas mais próximas e acabei me desmanchando apenas em lágrimas. Ainda bem. Creio que teria me arrependido depois. E a culpa ia me seguir mesmo depois de morta.
Enfim, estou aqui.

Em meados de agosto decidi não mais tomar remédios e estava indo bem, sem crises. Até que tive a ideia insana de voltar a trabalhar. É claro que minha família viu a decisão com bons olhos, pois essa minha doença já estava ficando dispendiosa. Meti as caras e em uma semana estava trabalhando. E foi bem aí que as crises recomeçaram. O trabalho parecia justo, mas depois senti que teria de usar da ignorância alheia pra encher o bolso de grana. Percebi que não sei fazer isso. Me sentia péssima só de pensar na palavra trabalho e ter de me maquiar toda manhã já estava virando um ritual macabro. Era uma fantasia. Eu não estava feliz. Eu não era eu.
Aí comecei a me indagar: "Quem é você?"  "O que você quer?" "Do que você gosta?"
Nunca as músicas da Legião fizeram mais sentido. (irônico isso!)
Voltei a me sentir com aquela sensação que você tem segundos antes de receber uma notícia de morte. Fico gelada, meu coração acelera e me dá dor de barriga.
Saí do trabalho depois de 15 dias. Resolvi ficar um pouquinho mais de tempo quietinha.
Agora as crises são mais espaçadas e menos intensas, apesar de diárias. Quando ela vem, eu tento disfarçar, finjo que não vejo, como fazemos com aquela pessoa ao trocarmos de calçada. Mas eu sei que ela está aqui. E isso me assusta.
Tenho ocupado a cabeça e o coração com a filha, um novo namorado e as investidas de tentar entrar numa universidade. Por enquanto está funcionando.
Vamos ver até quando.

4 comentários:

  1. Que bom... Eu tinha certeza de que você conseguiria desprezar esse fantasma que perseguia seus dias.

    Tinha certeza de que após se livrar dos remédios, você retornaria a pôr os pés no chão.

    Tinha certeza de que a Dani Quartarolli voltaria a assumir o cargo de diretora da sua vida...

    Agora tenho certeza de que está no controle, assume suas responsabilidades e ordena seus dias de hoje para que sejam melhores que os de ontem.

    Amanhã certamente encontrarei você aqui dizendo que tudo se foi, o fantasma, as angustias, as dores, a ociosidade, os pesadelos e, livre de tudo, seguirá seu caminho ao encontro da plena felicidade...

    Beijos em você e na Lika.

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  2. Olá.
    Você não pode, não deve desistir de nada, principalmente por você mesma e, também por ser exemplo para muita gente espalhada por aí.
    Com certeza, você está no caminho certo quando fala sobre suas "coisas" e procura apoios. É assim que a situação se resolve e nós todos acabamos nos ajeitando nos espaços, nos encaixando nos espaços que nos "aparecem" e que estão esperando ser preenchidos. E por ser gente inteligente, sensível (sem ser sensível demais, pois "casca grossa" também nos protege....e muito!)há necessidade de sair da sombra.
    Falando nisto, já experimentou alguma atividade física pela manhã? Acredito que não!
    Vamos falar sobre isto?
    Aguardo notícias.
    Bom tê-la por perto de saude-joni.blogspot.com
    Um abraço.
    Joni

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  3. Dani, reparei só agora você é seguidora do meu Bonde.
    Vim especialmente para agradecer isto.
    Entro e leio um pouco, e percebo que nada me é estranho.
    Certamente aqui já estive antes e essa impressão de agora parece exatamente a mesma que da outra feita, há nem lembro quanto tempo.
    Estou na torcida, claro, pela melhor solução possível.
    Tenho um filho (23 anos)agora em tratamento que andou sofrendo espasmos e coisas do tipo. Em tudo ele aparenta ser normal ( Mas com muitas peculidariedades).
    Até qualquer momento,
    muito agradecido.

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  4. Gostaria de aqui, em público, agradecer à todas as pessoas que, mesmo sem me conhecer pessoalmente, dedicam preciosos minutos e às vezes até horas para me confortar e ajudar com suas palavras. Saibam que me ajudam muito! Arrancam dessa pessoa aqui lágrimas e lágrimas de gratidão e contentamento. Sei que quando leio seus e-mails ou mensagens aqui no blog ou ainda, ouço suas palavras pessoalmente, são as palavras de Deus sendo trazidas à mim por intermédio de Amigos.
    Não, não sou religiosa. Não vou à igreja alguma. Mas vejo Deus como uma Força Maior, Onipotente, Onipresente e Onisciente, como disse um dia uma amiga muito querida.
    Simples assim. Simples como a Vida (linda!) deve ser. E com a qual estou aprendendo muito.
    MUITO OBRIGADA!!! =D

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Parla criança!